DEUS É 
ESSENCIALMENTE 
LIBERDADE !

Viu nascer um século e morrer uma civilização.

Belíssima entrevista com Dr. Alceu no Canal Livre, comandado por Roberto D'Avila. Participação de Darcy Ribeiro e Otto Lara Resende e Lygia Fagundes Telles.

Essa entrevista está no site Alceu Amoroso Lima

http://alceuamorosolima.com.br/canallivre.php

32 mil cartas...

Em meio ao percurso da busca da memória e do deleite das cartas, perguntamo-nos sobre o recorte das frases e quais os autores que deveriam ser incluídos.
Porque excluir tantos outros, faz com que reflitamos sobre o caminho que o pesquisador precisa traçar.
Em Petrópolis, Dr. Alceu encontrou o seu refúgio. Lá ele respondia suas cartas e olhava o mundo através da janela de seu escritório.
E foi lá que também sentimos pela primeira vez, a dimensão daquilo que ainda não sabíamos - milhares de frases escritas em 32 mil cartas... e um mundo invisível registrado na subjetividade da história.

Viagem pelo tempo através de cartas

Entrar em contato com as cartas escritas ao Dr. Alceu Amoroso Lima, cheias de reverência e profundidade, é conhecer a humanidade e os questionamentos desses homens que ficaram em nossa história - Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Gustavo Capanema, Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Getulio Vargas, Otto Maria Carpeux, Otto Lara Resende e muitos outros. Entre páginas amareladas e as emoções nas letras que buscam consolo do leitor, entra o sol ofuscante pelas janelas da casa de Petropolis que antes vivia sob um clima mais favorável, além das próprias dúvidas das pesquisadoras, impulsionando a necessidade de memória, de buscar no tempo suspenso das palavras dignificadas por sentimentos nobres.

Pesquisar é duvidar, é saber que quanto mais se busca, mais se perde. É fortalecer o próprio trajeto pessoal, que paralisa o presente afim de buscar no passado o fio de ariadne perdido no tempo ...

São Paulo, 23 de janeiro de 1929.

Carta de Oswald de Andrade a Alceu Amoroso Lima

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1927.

Trecho da carta de Manuel Bandeira a Alceu Amoroso Lima.

Rio de Janeiro, 20 de maio de 1965.

Trecho da carta de jurista Sobral Pinto a Alceu Amoroso Lima

Vitória, 26 de outubro de 1976.

Trecho da carta de frei Betto a Alceu Amoroso Lima.

Natal de 1942.

Cartão enviado por João Etienne Filho a Alceu Amoroso Lima no natal de 1942.

Nova Iguassú, 24 de abril de 1928.

Trecho de carta escrita por Augusto Frederico Schmidt a Tristão de Athayde em 24 de abril de 1928.

São Paulo, 10 de julho de 1979.

Carta de Lygia Fagundes Telles a Tristão de Athayde.

Rio de Janeiro, 03 de setembro de 1975.

"Dr. Alceu,

suas palavas, sobre o perfil do Dr. Sobral, me encabulou. E evidentemente me envaideceu.

Antes que a vaidade me cegue, assim que acabo de ler sua carta, aqui estou para agradecê-la. E para creditá-la muito mais a sua proverbial generosidade do que aos meus próprios méritos literários. Não é falsa modéstia, não. Seria preciso dizer quanto me confundiu, perturbou e amedrontou o convite para fazer um depoimento sobre o Dr. Sobral. Aceitei em estado de pânico e humildade. Aceitei pelo princípio, que procuro seguir, de nunca recusar o que não pedi, tudo que me solicita, que passa pela minha porta e pelo meu destino". Otto Lara Resende

Otto Lara Resende

Trecho da carta de Otto Lara Resende a Tristão de Athayde, escrita em 04 de dezembro de 1944.

Lida na manhã de 04 de fevereiro de 2011 na antiga casa de Alceu Amoroso Lima.

Rio de Janeiro, 03 de abril de 1943.

"Com efeito, entre homens que se dedicam sinceramente às coisas do espírito, haverá sempre divergências de opinião mútuas ou profundas, e a profissão pública de escritor, obriga as vezes a expressá-las. Mas que podem significar essas divergências em face de nossa fé comum católica em todos os sentidos da velha e vulnerável palavra, e que constitui a nossa comunhão no espírito." Otto Maria Carpeaux

Maceió, 24 de junho de 1924.

Jorge de Lima e José Lins do Rêgo

"Senhor Tristão de Athayde, há dias lhe mandei os originais de minha segunda série de Poemas. Remeto-lhe agora alguns mais que irão completar o livro. Não é vontade de amolá-lo, não, meu amigo. É mesmo mais que estima. É apresso a sua opinião. ë mais: é medo. Medo sagrado.
Depois de impresso o meu amigo dizer que não presta.." Jorge de Lima.

Um lugar cheio de simbolismos.

Primeiro dia de pesquisa no Centro Alceu de Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL), muitas surpresas, emoções e ternas delicadezas. Na foto, a bolsa de Dona Maria Teresa Amoroso Lima, colocada nesse local pelo próprio Dr. Alceu, para sempre se lembrar de sua grande companheira, logo após a sua partida.

São Lourenço, 04 de julho de 1958

"Esse gosto da aventura, essa sedução do mar que me acompanha a vida inteira e onde vejo, quem sabe, a imagem da proporção e da liberdade que me acompanham sempre. Da proporção em que o mar afinal é sempre contido entre as margens e suas ondas, mesmo quando se enfurecem acabam sempre se acalmando e a planície oceânica é um movimento continuo que dá a ilusão da imobilidade, de uma imensa safira parada e brilhando ao sol do dia."
Carta a sua filha Madre Maria Teresa.

Cartas do Pai, um documentário de silêncios.

O documentário Cartas do Pai é um filme de silêncios, que deseja fazer uma reflexão do século que passou e deste, ainda em sua infância. Um encontro com as dúvidas que cercam os corações e almas dos brasileiros e não brasileiros.

O filme parte de cartas escritas por Alceu Amoroso Lima a sua filha Lia, que ao ser admitida, aos 22 anos, adota o nome de madre Maria Tereza e segue enclausurada no mosteiro beneditino de Santa Maria, São Paulo. Cartas do Pai é um convite para renovar os votos de esperança em um mundo em transformação.

É uma sinédoque do que se pensava no período entre ditaduras. É um chamado a perceber o mundo de uma forma silenciosa, como uma oração feita de olhos abertos sobre as imagens que marcaram o século e imagens que nos cercam no cotidiano.

Cartas ao Pai é um filme da busca pelo sublime, através do encontro consigo, com o outro e com Deus.